O Brasil possui hoje um contingente de 57,7 milhões de brasileiros com rendimento per capita abaixo da linha de pobreza e que correspondem a 35% da população do País. São 34 milhões de jovens de 15 a 34 anos excluídos dos principais benefícios da sociedade (Censo IBGE 2000).
Esta realidade apresenta-se de forma contundente na periferia e região metropolitana das grandes cidades, áreas superpopulosas onde são imensos os desafios estruturais e sociais, refletindo-se em índices alarmantes de baixo desenvolvimento humano, conflitos familiares, violência, pobreza, criminalidade, exclusão social e jovens em conflito com a lei.
O município de Diadema, localizado na região metropolitana de São Paulo, no Grande ABC, possui 386 mil habitantes distribuídos em 30,796 Km², sendo a segunda maior densidade demográfica do Brasil. Com uma população predominante de baixa renda, ocupando em anos recentes a triste liderança nacional em índices de criminalidade, e com situações alarmantes apontadas em pesquisas e estudos que determinam índices de exclusão social e de desenvolvimento infantil.
Os desafios atuais de Diadema tem origem histórica, causas sobretudo do crescimento desordenado da população, que viveu uma grande explosão demográfica nas décadas de 80 e 90, ocasionada por migrantes atraídos pela industrialização da região. Acentuaram esta situação a falta de um planejamento na urbanização dos bairros e regiões mais afastadas, a ocupação irregular de áreas de mananciais e o crescimento de favelas.
O Bairro Eldorado, comunidade onde se situa a ACER e reside a maior parte das crianças e jovens assistidos por nossos programas preventivos, possui uma área de 6,690 Km² sendo o maior bairro de Diadema em área, onde habitam 42.637 pessoas. (Censo IBGE 2010).
Eldorado é o quarto bairro mais populoso do Município, sendo o mais afastado do Centro de Diadema, fazendo divisa com a periferia Sul da cidade de São Paulo e São Bernardo do Campo, repleto de regiões remotas e habitações precárias, com índices de violência extremamente elevados.
Mesmo com o empenho das administrações públicas na solução de suas dificuldades e importantes conquistas recentemente alcançadas, em especial com a Implementação da Lei Seca que diminuiu representativamente os índices de homicídios, o Município sofre ainda com a situação de desigualdade na distribuição de serviços públicos, apontado por estudiosos como um dos fatores determinantes para a vulnerabilidade do adolescente e do jovem à violência.